sexta-feira, 24 de abril de 2009

Ogro é Ogro

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O macho é ogro por natureza. Peida, arrota, vomita, escarra, xinga e na maioria das vezes nem mesmo percebe. É quase como um comportamento essencial, sem maldade, intenção ou premeditação. Pena que a porcaria produzida pelo homem normalmente acaba confundida com falta de educação, exibicionismo ou egoísmo. Ridículo e pobre engano. Há movimentos classificados como agressivos em que o inocente sujeito só tem noção da dimensão da coisa depois que se casa ou passa a ter companhias femininas com freqüência quase que diária.


Até então, ele nem mesmo sabia que era capaz de provocar estranhezas na mulherada. Muitas reagem com surpresa e indignação, fazem discursos pró convívio em comunidade e bradam aos ventos a suposta grotescologia daquele que divide a cama com elas. Felizmente, acabam convencidas de que estão gastando saliva à-toa. No fim das contas, depois de muita batalha em vão, a companheira de todas as horas compreende a naturalidade da situação. Afinal, tudo faz parte de um processo de adaptação. Logo abaixo, algumas situações do cotidiano de um ogro no aconchego do lar:



DESCARGA ANTES DO FIM DO MIJO - O sujeito invade o banheiro, se acomoda diante da patente, tira a benga para fora e descarrega o mijão. Nem bem o jato amarelad0 começa a esguichar e o dono do cacete já está com o dedo na descarga. Águas revoltas lambem a louça, mas o mijo continua a sair e sair. Explicações? Não há. Outra descarga? Nem sempre...


CONTROLE REMOTO - O controle remoto da tv a cabo é o maior símbolo da obsessividade, compulsividade e sistematicidade masculinas. É quase impossível assistir televisão ao lado de um ogro. Passa do futebol ao filme, pulando entre uma série da Sony, uma entrevista na GloboNews ou uma sessão de putaria no Multishow. Só esporro resolve.

DE OLHO NA BOSTA - Outra de patente. Pouca coisa é melhor do que uma bela cagada no início da manhã. Bom demais se acomodar no trono, abrir o jornal do dia ou uma edição da Mad e afogar dezenas de cagalhões na privada. Faz parte do ritual, no entanto, dar uma conferida na merda antes de mandá-la para os quintos dos infernos. Faz-se obrigatório avaliar a consistência, o tamanho e a cor da bosta recém-produzida. Se ela está marrom ou amarelada, durinha ou molenga ou se foi ceifada no local aconselhado.


WHO FARTED? - Uma mordidinha no pão com mortadela aqui, outro gole de café com leite ali e um peidorrão de ladinho acolá. À mesa mesmo, pois ninguém é de ferro. Afinal, onde fica a solidariedade??? Esse negócio de ir ao banheiro dá trabalho, provoca fadiga, além de ser um desperdício de traque. Ah, a liberação de gás é interessante até para fazer um pouco mais de espaço no organismo.

CLEANING - Pano é pano. Foda-se. O mesmo que seca a louça, tira o pó, limpa o chão e seca a mesa do café da manhã. Nada de ficar guardando o pano de prato (o que é isso?) dado pela avó no Natal. Sem essa. Vomitou no chão? Taca o primeiro pano que aparecer pela frente. Derrubou cerveja? Repita a operação, mesmo que o pano não tenha sido lavado.


SOM ALTO - Led Zeppelin, Iron Maiden, Metallica e Guns n Roses têm muito mais graça se entoados às alturas. Não importa a hora do dia ou da noite, o aparelho de som tá quase sempre ligado no Maxi Sound. É a melhor trilha sonora para cozinhar, tomar banho ou limpar a casa. Afinal, quem canta os malas espanta.

CUSPIDINHA BÁSICA - Uma última de privada. O sujeito invade o banheiro, se acomoda diante da patente, tira a benga para fora, descarrega o mijão, dá descarga antes do tempo e... dá uma clássica cuspidinha. Simples, higiênio e básico.

Enfim, ogro é ogro. Mas também ama.

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